terça-feira, 3 de novembro de 2009

Adeus às neves do Kilimanjaro - Putz...

Publicada em 02/11/2009 às 22h49m

O Globo


Uma das formações de gelo remanescentes do kilimanjaro, que devem desaparecer nas próximas duas décadas. Foto: AFP

A conferência do clima de Copenhague, em dezembro, acontecerá à sombra dos momentos finais de um dos maiores símbolos da África, informa O GLOBO em reportagem publicada nesta terça-feira. A icônica imagem do cume gelado do Monte Kilimanjaro já é passado, pois existe muito menos neve lá agora do que há 20 anos. E um estudo apresentado nesta segunda-feira não dá mais do que outras duas décadas para os últimos campos de gelo desaparecerem por completo.

Possivelmente, em dez anos não haverá neve, indicou a pesquisa, a mais detalhada já realizada. A causa mais provável, afirmam pesquisadores, é o aquecimento global. Geleiras tropicais, como o Kilimanjaro, estão entre os lugares mais vulneráveis da Terra à elevação da temperatura.

Localizado na Tanzânia e com 5.892 metros de altura, o Kilimanjaro é o ponto mais elevado do continente africano - e também uma das suas imagens mais conhecidas, atraindo 40 mil turistas por ano. Mas dificilmente Ernest Hemingway teria inspiração hoje para escrever "As neves do Kilimanjaro", publicado pela primeira vez em 1936. A paisagem atual é um arremedo daquela vista nas primeiras décadas do século passado. Na verdade, hoje existe 15% do gelo registrado em 1912, quando começaram medições regulares. E análises do gelo e das rochas indicam que a montanha nunca teve uma cobertura de neve tão pequena nos últimos 11.700 anos, nem mesmo durante períodos de seca severa, que duraram mais de 300 anos.

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